sábado, 30 de abril de 2011

Eu Não Paro





Quando eu vou parar e olhar pra mim
Ficar de fora

E olhar por dentro
Se eu não consigo
Organizar minhas idéias
Se eu não posso
Se eu esqueço de mim?

E eu pensei que fosse forte
Mas eu não sou

Quando eu vou parar pra ser feliz
Que hora
Se não dá tempo
Se eu não me encontro
Nos lugares onde eu ando
Nem me conheço
Viro o avesso de mim?

Se eu não sei o que é sonhar
Faz tanto tempo
Tanto mar
E o meu lugar
É aqui?

Uma rua atravessada em meu caminho
Nos meus olhos
Mil faróis
Preciso aprender a andar sozinho
Pra ouvir minha própria voz
Quem sabe assim
Eu paro pra pensar em mim
...

                Ana Carolina e Dudu Falcão
Para ver o vídeo clique  aqui: Eu não Paro
  
Créditos: Canal youtube danizzzzinha

terça-feira, 26 de abril de 2011

E a gente sonhando...


Gente, de um dia se abrindo.
De um sol se entregando a um espaço de um céu assim
Alma do longo das ruas, vivendo uma vida que está pra ter fim

Gente reclama de tudo,
 Tristeza enfrentando, ache tempo pra rir
Morre errante seu mundo, toda vida chegando,
Vida inteira partir

Ah! quem muito sofre, porque quer sofrer
Ah! quem muito chora ou que quer chorar
A quem não quer nada e de tudo tem
E tendo de tudo nunca tem ninguém
Gente tão noite surgindo, o sol foi sumindo e uma lua chegando.
Muito são lua no dia, outros sol pela noite
E a gente sonhando.
Sonhando..

                                         Milton nascimento - e a gente sonhando (clique para ver o vídeo)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

trastornados.


Dedico esse post a todos os que tentam compreender e tão pouco são compreendidos. Nós os  transtornados. nós que tentamos dizer  e  somos tachados de  ridículos.    Nós que  somos ditos de palhaços, deprimidos, sem noção, loucos, dramáticos, lunáticos...é vasta a lista  ...
 Todos nós   , poetas. Todos nós que ainda acredita que o amor exista. Todos nós "desenquadrados". 

A fuga
















"Começou a ficar escuro e ela teve medo. A chuva caía sem tréguas e as calçadas brilhavam úmidas à luz das lâmpadas. Passavam pessoas de guarda-chuva, impermeável, muito apressadas, os rostos cansados. Os automóveis deslizavam pelo asfalto molhado e uma ou outra buzina tocava maciamente.

Quis sentar-se num banco do jardim, porque na verdade não sentia a chuva e não se importava com o frio. Só mesmo um pouco de medo, porque ainda não resolvera o caminho a tomar. O banco seria um ponto de repouso. Mas os transeuntes olhavam-na com estranheza e ela prosseguia na marcha.
Estava cansada. Pensava sempre: "Mas que é que vai acontecer agora?" Se ficasse andando. Não era solução. [...]



Clarice Lispector - A fuga.